quarta-feira, 25 de julho de 2007

Olavo Bolac Ao coração que sofre


Ao coração que sofre,

separado do teu,

no exílio em que a chorar me vejo,

Não basta o afeto simples e sagrado

Com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,

Nem só desejo o teu amor: desejo ter nos braços teu corpo delicado,

Ter na boca a doçura de teu beijo.

E as justas ambições que me consomem não me envergonham: pois maior baixeza

Não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem ser de homem sempre

E na maior pureza,

Ficar na terra e humanamente amar.