

Por uma paixão?
MORRER ou NASCER...?
Ouve-se apenas o barulho suave dos corpos se amando,
travando uma muda batalha para saciar o desejo.
O que pensar naquele instante?
Nada Estávamos tão puros
e livres que o sem-tempo escorria pelas quatro paredes,
o silêncio, o silêncio tornava as respirações
e os gemidos, o som maior, a noite calara tudo lá fora
Senti tua imagem diluída, Senhora Solidão/
Poética, minha princesa, a escuridão do quarto,
não me deixava ver teu olhar,
suguei suavemente teu corpo contra o meu,
o que provocou em você um espasmo de prazer, ficamos um só
estaria a morrer ou a nascer?
Sangue, suor e carne naquele exato momento se fundiram
atravessei tua caverna úmida
em busca de um-não-sei- o quê
obstinadamente e penetrante ,
como uma espada do mais puro aço,
sentindo tuas chamas crescerem
e me dando a exata certeza de que dali em diante
não haveria retorno – o luar veio desnudar nossos corpos
e fiquei como ensandecido por um tesão repentino,
a te mordiscar, lá fora o mundo escoava,
e do seu rosto duas lágrimas vieram umedecer minha boca,
dúvidas me assaltaram
não sabia se vivia ou se estava a morrer,
se tudo o que tinha era pouco ou demais
DESCOBERTA
Naqueles instantes, viera-me a exata noção do irremediável,
estaria perdidamente apaixonado,
e saberia que teria que admitir
o perigo em que estava me metendo,
uma angústia ameaçava emergir do íntimo
e inesperadamente iniciar um processo de fuga
sentia-me tão lento e fraco
mesmo consciente que o temor de magoar alguém ,
importante em meu contexto de vida,
aprofundara-me num sentimento de espera
para satisfazer o desejo e acalmar o tesão,
senhora Solidão/
Poética na clausula, seria necessário ficar
reconhecera em si a covardia
e a fragilidade de sua vida
ficaria quieto.
AUTORA :POÉTICA FLOR DE LIS