terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Morrer ou Nascer...




Por uma paixão?


MORRER ou NASCER...?


Ouve-se apenas o barulho suave dos corpos se amando,


travando uma muda batalha para saciar o desejo.


O que pensar naquele instante?


Nada Estávamos tão puros


e livres que o sem-tempo escorria pelas quatro paredes,


o silêncio, o silêncio tornava as respirações


e os gemidos, o som maior, a noite calara tudo lá fora


Senti tua imagem diluída, Senhora Solidão/


Poética, minha princesa, a escuridão do quarto,


não me deixava ver teu olhar,


suguei suavemente teu corpo contra o meu,


o que provocou em você um espasmo de prazer, ficamos um só


estaria a morrer ou a nascer?


Sangue, suor e carne naquele exato momento se fundiram


atravessei tua caverna úmida


em busca de um-não-sei- o quê


obstinadamente e penetrante ,


como uma espada do mais puro aço,


sentindo tuas chamas crescerem


e me dando a exata certeza de que dali em diante


não haveria retorno – o luar veio desnudar nossos corpos


e fiquei como ensandecido por um tesão repentino,


a te mordiscar, lá fora o mundo escoava,


e do seu rosto duas lágrimas vieram umedecer minha boca,


dúvidas me assaltaram


não sabia se vivia ou se estava a morrer,


se tudo o que tinha era pouco ou demais


DESCOBERTA


Naqueles instantes, viera-me a exata noção do irremediável,


estaria perdidamente apaixonado,


e saberia que teria que admitir


o perigo em que estava me metendo,


uma angústia ameaçava emergir do íntimo


e inesperadamente iniciar um processo de fuga


sentia-me tão lento e fraco


mesmo consciente que o temor de magoar alguém ,


importante em meu contexto de vida,


aprofundara-me num sentimento de espera


para satisfazer o desejo e acalmar o tesão,


senhora Solidão/


Poética na clausula, seria necessário ficar


reconhecera em si a covardia


e a fragilidade de sua vida


ficaria quieto.




AUTORA :POÉTICA FLOR DE LIS