quinta-feira, 15 de novembro de 2007

VAGA,NO AZUL AMPLO...




Vaga, no azul amplo solta,


Vai uma nuvem errando.


O meu passado não volta.


Não é o que estou chorando.


O que choro é diferente.


Entra mais na alma da alma.


Mas como, no céu sem gente,


A nuvem flutua calma.


E isto lembra uma tristeza


E a lembrança é que entristece,


Dou à saudade a riqueza


De emoção que a hora tece.


Mas, em verdade, o que chora


Na minha amarga ansiedade


Mais alto que a nuvem mora,


Está para além da saudade.


Não sei o que é nem consinto


À alma que o saiba bem.


Visto da dor com que minto.