segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Bocage


Nada Se Pode Comparar Contigo
O ledo passarinho que gorjeia

Da alma exprimindo a cândida ternura

O rio transparente, que murmura,

E por entre pedrinhas serpenteia:

O sol, que o céu diáfano passeia;

A lua, que lhe deve a formosura,

O sorriso da aurora alegre e pura.

A rosa, que entre os zéfiros ondeia;

A serena, amorosa primavera,

O doce autor das glórias que consigo,

A deusa das paixões, e de Citera:

Quanto digo, meu bem, quanto não digo,

Tudo em tua presença degenera,

Nada se pode comparar contigo.