terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

MEDO DE REATAR



Lembrei-me dos teus olhos provocadores,


Das tuas mãos finas, do teu riso cristalino,


Da tua boca quente, ao meu ouvido,


Murmurando versos sedutores


Recordei dos nossos momentos,


Das loucas fantasias de amor,


Do ciúme lacerando meu coração,


E do beijo ardente da reconciliação


Numa tarde de verão, chuvosa,desfeita foi,


a ligação dolorosa,


Onde o amor era o espinhoE não a rosa


Revivi a lancinante despedida,


As horas de tristeza, as noites tão sofridas,


A tua presença, em meu pensamento, tão silente,


E as escaldantes lágrimas, em meus olhos, presentes


Ah! Se a razão as paixões comandasse,


E, se dos sentimentos fosse rainha,


Não teria te amado tanto teria rompido


O fio subtil que unia minh’alma a tua


Voltaste, confiante do perdão, para o ninho,


antes desprezado


Encontraste-me diferente,


pois encontrei a paz de espírito perdida,


e fiz da razão meu baluarte de vida


Por isso tenho medo desse amor reatar,


De abrir meu coração e vê-lo, novamente, sangrar,


De reacender a chama adormecida,


De reabrir as cicatrizes das velhas feridas


Tenho medo!


Tenho medo!




Maria Hilda de J. Alão