quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Maria Hilda de J. Alão


Quero, com ternura, desnudar-te,

Usando a ligeireza e a arte

Para sentir nos dedos vivazes

Teus músculos fremindo audazes.

Quero, em teu oceano secreto,

Deitar meu corpo num sono quieto,

Depois de, na batalha, ser rendido,

E pela força do prazer surpreendido.

Quero, quando por ti for acordada,

O beijo que só para a mulher amada,

Um homem é capaz de dar

Como prova do muito amar,

Depois de se fartar de tanta ambrosia,

Provinda dos corpos em intensa orgia,

Que eterniza, nesta vida, os amores,

Em leito de espinhos e de flores.