sábado, 13 de outubro de 2007

VINÍCIUS DE MORAES

"Soneto da Fidelidade"


De tudo, ao meu amor serei atento,antes
e com tal zelo e sempre e tanto que mesmo

em face do maior encanto dele

se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
e em seu louvor hei de espalhar meu canto

e rir meu riso e derramar meu pranto

ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure quem sabe a morte,

angústia de quem vive quem sabe a solidão fim de quem ama.
Eu possa dizer do amor (que tive)

que não seja imortal,

posto que é chama mas que seja infinito enquanto dure.

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