sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

NUA PARA O AMOR


Nua, mas para o amor não cabe o pejo


Na minha a sua boca eu comprimia.


E, em frênitos carnais, ela dizia:


- Mais baixo, meu bem, quero o teu beijo!


Na inconsciência bruta do meu desejo


Fremente, a minha boca obedecia,


E os seus seios, tão rígidos mordia,


Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.


Em suspiros de gozos infinitos


Disse-me ela, ainda quase em grito:


-Mais abaixo, meu bem!


- num frenesi.


No seu ventre pousei a minha boca,


- Mais abaixo, meu bem!


- disse ela, louca,


Moralistas, perdoai!


Obedeci.


AUTOR:OLAVO BILAC

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