segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Maria Hilda de J. Alão


MEUS SONHOS NUS



Quero vencer todas as barreiras.


Ventos que sopram me desnudem


Lancem-me no profundo abismo


Que é o meu desejo infinito.


Sou fome de boca aberta


A mastigar os silêncios da noite


Despertando, aos gritos,


O meu corpo adormecido.


Tenho a alma em grande sede


Que mergulha no lago fundo


Do suor que me brota da pele


Em busca do divino prazer.


Ardo em fogo.


Fecho os olhos.


As mãos são labaredas que dedilham


Harpas em catedrais de deuses,


Onde, nus, vagam os meus sonhos,


De uns braços atando-me como corda


A um corpo rijo como rocha,


E sua voz forte como a da águi


aGrite, ao universo, a sua vitória,


Ao dominar sob a luminária


Que pende do teto da alcova,


Esta loba que uiva na cova


Em explosões de muito amor...

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